EU E SIATAÉL - IV

No alto do meu céu

Ainda brilha aquela estrela

Que foi testemunha, que ouviu silenciosa,

As nossas doces juras de eterno amor.

A lua clareia

As profundezas de meu Eu,

As emoções afloram e invadem-me!

Na janela

Vejo na tela da noite,

Sua imagem, que um dia

Preferi ignorar.

Mas minha mente

Movimenta-se, independente

De minha criatividade,

E o claro azulado, mágico,

Da rainha dos apaixonados

Salienta, aferventando,

Acelerando o inútil pranto

Da culpa de meu perdido amor.

Pela noite, a tristeza se expande,

Percorrendo em sua busca

Os mais longínquos recantos

E não consigo conter as lágrimas

Que me conduz a dolorosa saudade.

Construí o meu mundo, o nosso céu,

Sem reter junto a mim

E não conduzi ao mesmo rumo

A quem mais eu queria, SIATAÉL.

Não, eu segui em meu ritmo,

Aberto e receptivo

Absorvendo as falsidades do mundo,

Maravilhava-me nas conquistas!

Criando, ativando outras vidas

Sem ter a minha própria vida.

Hoje, equilibro-me na linha fina,

Sintonizado na voz da experiência

Que me faz querer retornar,

Sem dor, sem mais por ti chorar!

Ser um velho!...

Mas com o pensamento

Da inocente criança.

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 09/03/2009
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