EU E SIATAÉL - IV
No alto do meu céu
Ainda brilha aquela estrela
Que foi testemunha, que ouviu silenciosa,
As nossas doces juras de eterno amor.
A lua clareia
As profundezas de meu Eu,
As emoções afloram e invadem-me!
Na janela
Vejo na tela da noite,
Sua imagem, que um dia
Preferi ignorar.
Mas minha mente
Movimenta-se, independente
De minha criatividade,
E o claro azulado, mágico,
Da rainha dos apaixonados
Salienta, aferventando,
Acelerando o inútil pranto
Da culpa de meu perdido amor.
Pela noite, a tristeza se expande,
Percorrendo em sua busca
Os mais longínquos recantos
E não consigo conter as lágrimas
Que me conduz a dolorosa saudade.
Construí o meu mundo, o nosso céu,
Sem reter junto a mim
E não conduzi ao mesmo rumo
A quem mais eu queria, SIATAÉL.
Não, eu segui em meu ritmo,
Aberto e receptivo
Absorvendo as falsidades do mundo,
Maravilhava-me nas conquistas!
Criando, ativando outras vidas
Sem ter a minha própria vida.
Hoje, equilibro-me na linha fina,
Sintonizado na voz da experiência
Que me faz querer retornar,
Sem dor, sem mais por ti chorar!
Ser um velho!...
Mas com o pensamento
Da inocente criança.