Despedida

Se não há mais carne, que haja luz

daquelas que o mundo é carente

daquelas que toda gente

precisa pra compreender.

Se não há mais carne, que haja sangue

daqueles que selam união

daqueles que fazem de irmão

o amor de vida distante.

Se não há mais carne que não haja ódio

pois entre nós dois não deve haver mágoa

como quem semeia dificuldade

e colhe tempestade em copo d'água

Se não há mais carne, que haja amor

porque nosso amor é tão sem medida

que transcente namoro, transcende libido

que transcende carne, transcende ferida

Se não há mais carne, que haja espírito

diante de um relacionamento que acaba

e vira amizade mas nunca saudade

pois sente saudade quem separa

e a nossa felicidade

e ter dado o melhor de si ao outro,

e ter trazido o melhor do outro em si

ter chorado, e até sofrido,

porém ter ensinado, e ter aprendido.

Se nossa missão está acabada

que andemos a seguir cada caminho

eu só, você sozinho

sempre com um ao outro em lembrança

tendo em cada um a segurança

de nesse dia seguirmos a andança

sem o amargor da culpa, da perda,

sabendo que estivemos presentes

nas melhores e piores horas

que fomos um ao outro,

o melhor amigo que pode ter havido

nunca tendo o carinho maculado,

e nem tendo o respeito perecido.

Não bebamos desse cálice então

Não fiquemos á deriva

que sejamos muito amigos, porque não?

Se o "nós" não foi como esperado

sejamos fortes á despedida

e que venha a nova vida!

Caso encerrado.

Maeve Tasadür
Enviado por Maeve Tasadür em 05/02/2009
Reeditado em 05/02/2009
Código do texto: T1423892
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