Império do Vento

Vejo, o céu está tão lindo, multicolorido

Cinza negro em pó, laranja em estalido

Miro os vultos rasantes logo acima

Em metal e estalo, embelezam a vista

Deixam a cidade toda mais brilhante,

A paisagem mais difusa e mais vibrante

O pó se espalha, a luz cegante irradia

Os gritos e choros, em assustada sinfonia

Encanto-me com a feira, o parque, a festa

Desejo forte comungar com a besta férrea

Planar em garbo sobre a cidade em regozijo

Minha língua trava, meu olho cintila fixo

Não sonho fugir, quero sobrevoar este mundo

No metal que zune alado, supra-sumo

Não tirar meus olhos do céu que rodopia

Mas uma bolsa de confetes em cores quentes me visita

Me tira do sonho, me desperta pro sono sem alegria

E também sem dor, sem cor e sem energia

Onde não se assusta, não se geme, não se cega

Você não treme, não sente, também não se apega

Perdi minhas asas, me dizem apenas “desiste, tu não voas”