Simples como a vida
Diante do vale
Eu sento e agradeço os dias
Dentre lágrimas de uma felicidade desmedida
Eu agradeço a vida e a morte
Não lamento mais nada
Meu caminho agora é renovado
A névoa se espalha por entre o verde
No perfeito nuance da beleza das coisas simples
O amarelo tinge de ouro as árvores
E aos poucos a escuridão se vai
É uma bela manhã que nasce
É o renovar de um dia comum
O canto dos pássaros em sua ópera trivial
O correr do rio tão longe
É tudo tão simples que eu levanto na brisa leve
Observo a suntuosidade das montanhas
E derramo um pranto de alívio
Uma lágrima pra cada dia
Uma mão se estende pra mim
Vou com ela pelo mundo
O que vier agora nesses dias
Será apenas a continuação de uma bela vida
Agradeço aos bosques que me acolhem
Aos sorrisos que nós damos
Agradeço a imensidão azul do céu e do mar
Que em suas profundidades se encontram com a perfeição
Um beijo, uma lágrima azul no horizonte.
O que nos diferencia são as nuvens que nos levam
Diante da minha vida
Observo as noites que correm
Os erros e acertos e cada detalhe da grande obra do acaso
Vou com você e todos os outros
Por todos os vales e todos os mares e lagos
Nada mais importa, é tudo tão simples.
Simples como a vida que vivemos juntos
Simples como as gotas de orvalho no vale
E ao mesmo tempo tão completos
Assim como completamos um ao outro
Como o céu e o mar, iguais na mesma imensidão de silêncio.
Unidos no horizonte, nós nos tocamos pelo sol.
E pelo vale voamos nos véus de uma bruma dourada
Nossos olhos se enchem de lágrimas
Mas não choramos mais, nós sorrimos juntos.
E simplesmente
Vivemos