UM BRINDE AO MEU FRACASSO

Meus olhos não deitarão lágrimas
a um passado morto.
Tão pouco meus pensamentos
turvarão meu destino.

Claras foram as manhãs
ensolaradas
em que eu esperava,
as noites enluaradas,
e as estrelas
que eu contava...

tardes perfumadas de esperanças
que nada realizaram.
Ficaram perdidas para sempre
num distante acontecido.

Recordações postas
numa mesa de memórias tolas e vagas.

E assim, manifestadas as feitiçarias,
rezas e pragas,caio por terra
junto com tudo aquilo
o que mais eu desejei...
matando em mim
parte da minha vida
em que apenas sonhei.

No final de um pesadelo,
deu-se tamanho desatino.
E o caminho que era reto,
agora parece torto.

Pouco importa se romperei
outros tratados insanos.
Nunca deixei de cultivar
meus tantos desejos mundanos,
quando deliberadas noções
do que concedi partiram...

e aqueles que ontem,
de mim tanto ou mais riram,
serão os primeiros com quem irei
alegremente celebrar...
eis que, enfim, conseguiram!
Agora, vamos todos brindar...



 
MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 07/05/2008
Reeditado em 16/08/2013
Código do texto: T979039
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