MAIS QUE EXPLICADO
Penso no quanto tenho feito,
em tudo o que tenho vivido,
naquele por quem tenho esperado
e sonhado em vão.
São noites e dias de um vazio
assombrado pela ausência,
cravado numa permanência inexistente,
de inconstâncias,
desencantos e decepções
que parecem não ter fim.
Invado o que sobrou de tantos restos
e tento repovoar,
trazer para dentro de mim outros sonhos,
novas histórias...
Resgate desesperado
de um amor que não se basta,
devastado por contrariedades
e inumeráveis traições.
Coisas que sei e não esqueço
no arquivo dessas memórias.
Então, depois de assumidas
todas as minhas errâncias,
erradico minhas tolas sindicâncias
numa urgência de viver.
O tempo escoa doloroso,
abrindo fendas em minhas veias,
tornando minhas vias inacessíveis
a qualquer tipo de sensação.
Envelheço nessa rotina
que substancia cada explicação...