Ecos Meus
Anna Paes
Eras o meu muso
Poeta e intruso preenchias minhas noites
davas sentido à minha imaginação
fazendo-me poeta, davas-me o domínio das letras.
Nunca tinhas hora de chegada
Porque eu nunca te disse uma hora qualquer
Fato primário - de nada me queixaria.
Juntos sempre estivemos, somos um!?
Tenho ainda tua presença
Imagem, hoje vazia, toco e nada alcanço
Minha cama continua vazia...
Te vestias em sonhos sendo carne
tinhas meu corpo alegre, quente e feliz
Na letargia, dormente, impróprio
Meu acordar era suplício!
Dói-me ainda e confrange o próprio cerne
que a cama que julgava plena
nada mais tem que minha alma
num corpo encolhida, porque mentias pra mim.
O vento entra pela janela ululante
traz-me ecos de amargor e saudade
Nega-me esperanças
Minha ilusão foi vão sustento!
Sonhei um sonho
Um sonho, apenas....
Anna Paes
Brasília