Vem e acabe com isto.
Vem arranque minha vida com sua mão,
Rasgue-me inteira, destrua meu coração.
Fale aos berros o que me diz em sua mudez.
Não use óculos escuros, encare minha completa nudez.
Encontro-me despida de meu orgulho, sentimento nú.
Vontade de algo doce ao invés de crú.
Incompleta, tal qual prataria sem talher,
Palavras que de ti aguardo, sou ingênua mulher.
Sentada à beira do cais me sinto perdida,
Nada, nenhuma notícia de quem é minha vida.
olhos fixos na nossa ex-lua, puro açoite.
Sonho, quem sabe, com um beijo de boa noite.
Amar um pássaro, uma grande aventura.
Todos voam para o sul e com eles levam a ternura.
Levam os segredos de amor,
Mas deixam. Deixam lacunas brancas de dor.
Vem, sou eu quem te peço pra vir.
Destrua-me de uma vez,
Não finjas não me ouvir.
Tira-me do sonho, dá de volta minha lucidez.
Sofro, sou pura estupidez.