Vem e acabe com isto.

Vem arranque minha vida com sua mão,

Rasgue-me inteira, destrua meu coração.

Fale aos berros o que me diz em sua mudez.

Não use óculos escuros, encare minha completa nudez.

Encontro-me despida de meu orgulho, sentimento nú.

Vontade de algo doce ao invés de crú.

Incompleta, tal qual prataria sem talher,

Palavras que de ti aguardo, sou ingênua mulher.

Sentada à beira do cais me sinto perdida,

Nada, nenhuma notícia de quem é minha vida.

olhos fixos na nossa ex-lua, puro açoite.

Sonho, quem sabe, com um beijo de boa noite.

Amar um pássaro, uma grande aventura.

Todos voam para o sul e com eles levam a ternura.

Levam os segredos de amor,

Mas deixam. Deixam lacunas brancas de dor.

Vem, sou eu quem te peço pra vir.

Destrua-me de uma vez,

Não finjas não me ouvir.

Tira-me do sonho, dá de volta minha lucidez.

Sofro, sou pura estupidez.

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 03/03/2008
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