MAIS UMA VEZ
Passam as horas, passam os dias...
e nada, nada mesmo muda
parece infinita a monotonia.
É sempre assim...
dia após dia.
A saudade machuca fundo,
a tristeza vai abatendo,
nada de nada acontecendo
e esse buraco imenso no mundo.
Nada mudado, nada diferente.
Essa ausência cada vez mais frequente.
A angústia de não ter com quem falar,
um outro espaço ocupando o lugar,
aonde ir, o que fazer, o que esperar...
Já não sei.
Onde errei?
Talvez, eu nem queira saber.
De real a indiferença.
De sonho essa nula presença.
De pensamento nada além
daquilo o que foi sonhado.
De verdade a quase certeza
de que está tudo,
tudo mesmo
apenas
acabado.
Nada mais.
20 de março de 1985
11h50
"Um dia só perdido deveria causar-nos pesar."
Massilon