O MENSAGEIRO CÓSMICO
Trago em mim a dor mais sincera
O sentir carnal mais audacioso
Sinto só o tom de cinza insosso
Que me enche o coração de quimera
Trago em meu peito a ferida que espera
O sangue parar de latejar amargoso
Sinto o compasso intermitente da esfera
Abrasando-me mil lençóis desgostos
Trago o meu sincero abraço forte de moço
Esperança latejante de quem não desespera
Sinto a plenitude desiludida de um idoso
Que morre feliz apesar da ferida que dilacera
Trago o final pungente da luz amarela
Detrás do abismo útil, sutil e pomposo