O Transe.
Este tumulto
É a repetição de tantos outros,
São camadas de uma tinta fresca Sobrepondo pinturas antigas,
Este transe
É um fenômeno ancestral,
E esta cegueira
É o retrato mais fiel da condição humana,
Este tapar de ouvidos,
Estes urros de INTOLERÂNCIA,
Estas sacras Bandeiras...
São os estigmas de uma doença terminal,
E tudo o que é dito
Deve ser medido,
E aquilo que se ama
Precisa ser validado em juízo,
É a liturgia do advento de um Cristo
recriado,
Pelos hipócritas que determinam
O que é certo e errado,
Seus profetas menores,
Estão com armas nas mãos,
Gritando a plenos pulmões,
Que seu Deus é amor,
Mas já mataram antes,
Porque creem na expiação pelo sacrifício,
E que seus desejos lascivos desaparecerão,
Junto com as cinzas de bruxas sensuais queimadas em fogo pentecostal.