Réstia de luz
Sou um estranho,
Há um vácuo,
Meu coração,
Um iceberg.
Eu desisti,
Não, e não,
Quero sumir,
Virar sabão.
As cores, para mim, não existem,
Minha visão está turva,
E minha respiração, sufocada,
Não e não, nunca mais.
Meu chão, está inóspito,
Meus pés, sangram,
Estou em frangalhos,
Meu destino é a escuridão.
Para trás, ficaram os meus sonhos,
Também ficaram minhas ilusões,
O cansaço meu venceu,
De mim, a treva se apoderou.
Nenhuma réstia de luz, há em mim,
Ao longe ouço o dobrar dos sinos,
Anunciando, a multidão se ajunta,
Todos querem, ver o meu fim.