Cartomante

Ela olhou para mim

E disse: o futuro é incerto.

Pegou minhas mãos e as

Guardou

No fundo achei, ela

Só escondeu meu destino

Colocou um tampão no fundo

Da minha vida e disse

Viva essa ideologia

Não sofra meu filho

Se o presente o aflige

Não queira saber o

Futuro

Se hoje essa ferida

Dói e o mata

Lá na frente não espere

Outra

O funeral o aguarda

Talvez a trivialidade

Do homem seja esta

Não dói morrer

Dói saber

E estou dizendo

Quando muitos

Fogem da morte

Ou somente da ideia

De partida

Você, ao contrário,

Entra nesse abismo.

Enquanto eles fogem

Você corre pra cima

Quando você está

Sei que chora

As paredes de seu quarto

Estão frias

Você disse

Quando for embora

Salve algo de mim.

Pode ser eu cérebro

Ou minha escrita