Das dores existenciais
Alguns têm a disposição
os grandiosos brinquedos
de distração, esquecem
facilmente a dor da vida
Outros carregam em si
mesmo o peso de ter
nascido, o vazio diante
da ausência absoluta de
sentido, a desalentadora
realidade fria, e posso afirmar,
acaba comigo.
Acho agora mais dívida
ando sem crédito
o nível de energia e vitalidade
são quase nulos durante o dia
Passa? não, não passa,
quanto mais penso, pondero
sinto aquilo que produzo, fico
assim, mais longe da vida,
parece uma patologia imanente
uma coisa aguda e abissal de
degustar .
Ontem alguns foram embora sem mim
Não sei o que digo, se louvo ou se choro diariamente meu futuro funeral com data marcada na vida.
Agora pensei aqui, minha não existência,
meu não ser seria melhor que ser,
uma permuta maluca, a morte pela vida?!
Pergunto a mim mesmo, é o final
apesar de nenhuma saída.
Não clamarei a DEUS AJUDA
sem idealismo de segunda
O próprio Senhor sofria de melancolia
o Criador também é dor, sua matéria criadora
Foi escura, clara, dualista e sem sentido.
Mas sei aqui dentro a resposta, não será
sim a morte, me vejo assim correndo para
os braços de minha família, a raiz de alguma consolação, sei de onde.