Cruzeiro do destino

Naufragando no oceano da distância...

Entregue ao "Bel prazer" da indiferença

Bem consciente da minha insignificância

Superando toda a tristeza da ausência...

Conformada, apago a luz, saio de cena

Mergulhando neste escuro sem alarde...

Pois insistir nesta ilusão não vale a pena

Volto à razão antes que seja muito tarde

Vou enxugar cada uma lágrima vertida

E aplacar todos os meus desejos tortos

Doravante eu tomo uma rota invertida

Refazendo cada um dos sonhos mortos.

Sigo remando ao horizonte no além-mar...

Onde afogo minhas mágoas superadas

Reinventando outras maneiras de amar...

As velhas ondas de esperanças mareadas.

Entendi que o meu destino é o barqueiro

E com mãos firmes guia o leme da canoa

Dita o rumo, até o farol, do meu cruzeiro

Em torno da ilha dentro da minha lagoa.

Daqui contemplo o azul do mar profundo

Eterno fluxo das correntes inconstantes...

Que não mudam mas afetam o meu mundo

E apagam a luz dos meus olhos diletantes.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 01/05/2022
Reeditado em 01/05/2022
Código do texto: T7506959
Classificação de conteúdo: seguro
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