Cruzeiro do destino
Naufragando no oceano da distância...
Entregue ao "Bel prazer" da indiferença
Bem consciente da minha insignificância
Superando toda a tristeza da ausência...
Conformada, apago a luz, saio de cena
Mergulhando neste escuro sem alarde...
Pois insistir nesta ilusão não vale a pena
Volto à razão antes que seja muito tarde
Vou enxugar cada uma lágrima vertida
E aplacar todos os meus desejos tortos
Doravante eu tomo uma rota invertida
Refazendo cada um dos sonhos mortos.
Sigo remando ao horizonte no além-mar...
Onde afogo minhas mágoas superadas
Reinventando outras maneiras de amar...
As velhas ondas de esperanças mareadas.
Entendi que o meu destino é o barqueiro
E com mãos firmes guia o leme da canoa
Dita o rumo, até o farol, do meu cruzeiro
Em torno da ilha dentro da minha lagoa.
Daqui contemplo o azul do mar profundo
Eterno fluxo das correntes inconstantes...
Que não mudam mas afetam o meu mundo
E apagam a luz dos meus olhos diletantes.
Adriribeiro/@adri.poesias