A felicidade e o pragmatismo

Sabes de uma coisa, ó meu estulto coração?
Eu não consigo compreender por que latejas
Sei que às vezes até demonstra o que desejas
Mas sempre acabo questionando a sua razão.

Chega o tempo que o amor já não interessa
E a felicidade veste-se de puro pragmatismo.
O tempo urge! Pra que amar se temos pressa?
Termos conforto sobrepõe-se ao romantismo.

Acreditar num sentimento é só imprudência
E apostar no amor é crer na impossibilidade.
Mergulhar naquilo que nos causa ansiedade
É pagar em lágrimas a mais triste penitência.

Se um sentimento garantisse a recompensa
E a sua realização, até o final, fosse possível,
Talvez o seu sonho fosse concreto e infalível
Mas uma vida de ilusões não nos compensa.

Relaxa então, no peito o músculo sinoatrial
Se o anseio te acelera, em nada vale à pena
A desilusão que te enfraquece te apequena
Pra que sofrer, se o jogo da vida é racional?

Se num tabuleiro cada peça tem seu norte
E cada destino tem seu próprio expediente
Se acalma que o teu estresse é imprudente
Não esqueça: vence o mundo quem é forte. 

Adriribeiro/@adri.poesias
 
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 06/07/2021
Reeditado em 20/09/2021
Código do texto: T7294073
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