Mosca

Eu vejo minha vida passando pelos meus olhos

Como uma mosca vagando pelo recinto

A clausura de meu estar permanece inatingível

Como um corpo sem resposta após cair ao chão

Meus sentidos inertes, e a vaga sensação de estar vivo

Proliferam-se num vai e vem sem sentido

O desgosto por estar aqui, e a falta de apetite

Mais valeria um saco de grama cortada

O pesar em minha consciência, que anseia por algo

Algo que não consigo fazer acontecer

Que me traga de volta a vida

E ela passa, passa sem perceber

Mas me atingindo por todos os lado

E sem reação, fico, estatelado no chão

E a mosca passa pela minha visão