Pobre mulher
Naquele canto esquecido
Dorme seu último despojo
De tantas noites de amores
Que hoje me causam nojo.
Deve sentir noutra alcova
Os seus devassos prazeres
E ao suspirar em outros seios
Já esqueceu seus deveres.
Não lembrará, com certeza
De tantas noites em claro
Que eu passei lhe esperando
Na solidão de um quarto.
Vou jogar fora lembranças
Tirar do meu peito insano
O que restou deste amor
Que não passou de um engano.
Quero olhar um novo horizonte
E não viver do passado
Encontrar um coração
Que precise ser amado.