Janela de aço

Sempre que por ali passo

Olho uma janela de madeira e aço

Numa parede abraçada pela hera.

Ali mora minha paixão, meu desejo

Mas me entristeço sempre que a vejo

Pois sei que não está a minha espera.

Penso que se o sol eu fosse

Estaria ali no momento mais doce

Em que os pássaros cantam a cappella,

Momento tal seria esse

Em que o primeiro raio aparecesse,

Festejando pela brecha da janela.

Então ela levantasse,

Em direção à janela andasse

E dando um beijo na flor amarela,

De braços erguidos, abrisse

E de braços abertos, sentisse

O meu abraço no abraço dela.

Pedro Ivo