[desejos são voláteis]

de noite você vem de dentro do lugar que tento te asfixiar

você sai sútil e senta à minha frente sorrindo com generosidade

mas quero que você vá embora do meu escuro

dói tanto este punhal que nós fomos

não tive escolha

o estar perto teria sido suicídio

queria anotar na agenda a data que esse sentimento vai embora de vez

que não dedicarei poema algum para você

como forma de desaguar um rio poluído por enganos

o dia ainda não tenho e por enquanto a folha em branco

é o salão da minha festa solitária com as palavras

as vontades que tenho colocam à prova o meu valor

é notório que agora eu defino melhor

ainda que o desejo arda como pimenta nos olhos

intenso irritante e de toda maneira superável

Debora Suelda
Enviado por Debora Suelda em 10/06/2020
Código do texto: T6972912
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