Queimando por dentro
De pouco a pouco vou apagando
Aquela chama que sempre acende
Como um fósforo queimando ao ter atrito
Seria bom apagar com um sopro
Como numa vela de aniversário
Só sei que tudo trata de acender
Num propício momento de descuido
Uma música ou lembrança
Até pode deixar de queimar num momento
Mas entre outro e mais outro
Queima feito um vulcão
Não quero uma erupção
Porque possivelmente machucaria
Quem estivesse por perto
Mas de qualquer forma tudo se trata de pensar
Não posso simplesmente aceitar
Que existe ou que nunca poderia acontecer
De fato é uma utopia
Mas como dizem os antigos mistérios
Tudo é mental
Tudo vibra
Não quero vibrar e nem pensar
Só quero aceitar e enterrar
O que certamente não existiu