Passatempo

Mais forte é a razão que despe a alma
Ou o coração que desnuda a mente
Muitos têm a razão que mente
E outros a impureza n'alma.

Desmente a verdade 
E finge que não sente
O sentimento que é frequente
E enaltece a falsidade.

Em si mesmos ignoram o tempo
Numa redoma virtual descompassada
A voz dos olhos abre estampada
De silêncio, fez-se eleito o passatempo.

E passa o tempo da rezão
E passa o tempo da alma
Passa o tempo da emoção
Passa o tempo da fala.

Passatempo é poeira
Passatempo é ilusão
Passatempo é cegueira
Passatempo é invenção.

Há inibidores de sentimento
Aqueles que o coração abafa
E os fingidores de pensamento
Aqueles que a verdade cala.

Todos presos no tempo
Nos momentos, nos dias
Nas telas, na tecnologia
Enganando-se e mais nada.

 
Débora Muniz
Enviado por Débora Muniz em 24/10/2019
Código do texto: T6778384
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.