SOBEJO

Por tanto amar-te querida,

Debrucei-me na janela da vida,

Vezes acompanhado, vezes sozinho,

E de uma forma ou de outra,

Acompanhei teu caminho,

Primaveril e resplandecente,

Entre os olhos cobiçosos,

Dos lobos e gaviões.

Apedrejei meus impossíveis sonhos,

Até que sufocados sucumbissem,

No labirinto íngreme e tortuoso,

Que levariam ao teu cobiçado ser.

Brindei, calado, em meu íntimo,

Cada champanhe que bebi,

Cada corpo que despi,

Como se brindasse ao teu amor,

E às rosas que não te pude dar.

Enfim, eis que chega o outono,

Da vida, das buscas, dos sonhos,

E então fecho a minha janela,

De tanto ardente desejo,

Te enxergo como um sobejo,

Tu que sempre sobejaste.

Luís Lisbello
Enviado por Luís Lisbello em 15/08/2019
Código do texto: T6720649
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.