Foi uma miragem
Afogo-me no mar
Que eu mesma criei
E, numa miragem,
Vejo-te afogar também
E então não te vejo mais
Respiro, respiro
E mergulho
Afundo à sua procura
Ou do que resta de você
No breu do fundo, das profundezas
Do mar
Amar
Quem não está lá
Você nunca se afogou
Nunca nadou sequer
Continua na sua tranquila
Ilha da Segurança
De tempo bom, onde eu costumava brincar
Quem diria?
Logo eu, que não quis ir à praia
Banhei-me em água tão linda
Que virou o mar
O mar que criei
E no qual me afoguei
Sem nunca ter te visto mergulhar.