Nossos sóis escuros...
Nossos sóis escuros...
Descubro que ando só.
Reconheço que meu destino é fugir do teu,
Ir para onde só eu possa existir
e viver amado por meu próprio coração,
sentindo-te em tuas ausências
sempre presentes em meu sóis.
Que possa então ver outro dia lindo
seguir às voltas, dos meus girassóis ensandecidos,
desprover-me de qualquer abrigo
e seguir só.
Fica, meu amor, dorme profundo.
Hei de povoar teus sonhos em meus silêncios
para poder beijar-te,
muito mais do que amar-te
e só assim poder viver ensolarado
como homem solto e apaixonado
por uma rara mulher sem órbita
e que jamais, em meu corpo se brotou.
Poema inédito (31/05/2019)
Paulino Vergetti