Homo Agnus Dai

Eis me aqui

Braços e pernas amarrados

Gotejando sangue e lágrimas

Deixando rastros na areia

Mas chove, e tudo se vai

Só resta a lâmina a brilhar

Afiada, como a me convidar

Para uma dança sem par

Onde não haverá terceiro dia

Eis me aqui

A me oferecer de bom grado

Sabendo que tudo, de fato

Não vai se valorizado, ao contrario

Tudo vai ficar em mim guardado

Como chagas que não cicatrizam

Em um caixão a ver batatas

Pois as estrelas que tinha eu te dei

Quando te entreguei meu coração

Eis me aqui

Em carne e osso a cuspir

Em um amor, que não desejei

Em um sonho, que não acreditei

Mas que me engoliu e mastigou

Triturando toda minha sanidade

Não choro, fecharei os olhos

Te verei, pela ultima vez e sorrirei

Enfim, só se sacrifica o que é puro

Como meu amor por você

Tende piedade de nós

Dai-nos a paz.

Anderson Gomes dos Santos
Enviado por Anderson Gomes dos Santos em 23/05/2019
Reeditado em 19/10/2019
Código do texto: T6654858
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.