Homo Agnus Dai
Eis me aqui
Braços e pernas amarrados
Gotejando sangue e lágrimas
Deixando rastros na areia
Mas chove, e tudo se vai
Só resta a lâmina a brilhar
Afiada, como a me convidar
Para uma dança sem par
Onde não haverá terceiro dia
Eis me aqui
A me oferecer de bom grado
Sabendo que tudo, de fato
Não vai se valorizado, ao contrario
Tudo vai ficar em mim guardado
Como chagas que não cicatrizam
Em um caixão a ver batatas
Pois as estrelas que tinha eu te dei
Quando te entreguei meu coração
Eis me aqui
Em carne e osso a cuspir
Em um amor, que não desejei
Em um sonho, que não acreditei
Mas que me engoliu e mastigou
Triturando toda minha sanidade
Não choro, fecharei os olhos
Te verei, pela ultima vez e sorrirei
Enfim, só se sacrifica o que é puro
Como meu amor por você
Tende piedade de nós
Dai-nos a paz.