Lírios cinzentos
Escrevo...
Quando as luzes se apagam
e fico sozinho!
“Posso ver os lírios
perdendo uma a uma
suas pétalas,
O mundo, a cada giro,
perde parte de seu brilho,
-mas ainda há um coração pulsando”
Escrevo...
porque muitas vezes pranteio
e nem sei sequer o motivo.
“Posso sentir as rosas
pouco a pouco...
perdendo seu perfume...
A poesia, a cada verso,
vai se transformando em prosa,
- mas ainda há flores selvagens no campo”.
Escrevo...
Quando os sons se aquietam,
ficando eu e o silêncio!
“Posso ver os girassóis,
morrendo um a um
enquanto perdem seu pólen.
A alegre música, a cada nota,
vai se transformando em réquiem,
-aos poucos... o poeta não está mais sonhando!”
Escrevo,
porque com palavras me firo,
mesmo não fazendo qualquer sentido.
“Posso ver os espinhos,
brotando um a um,
enquanto me sufocam.
O mar, a cada onda,
perde todo seu azul,
-o coração finalmente.. está parando!
Epilogo
-
Chegando ao final...
arranco aquilo que tenho de mais precioso,
só restando a dor e um espaço oco,
as margaridas, as rosas e os lírios...
uma a uma...
abandonaram o jardim,
demonstrando que toda história...
pode nunca alcançar um verdadeiro fim!
RS Schindler (Renan Souza)