Cristal trincado
Cristal trincado
Não sou mais o mesmo !
Restou pouca coisa de mim
Olha às rachaduras, fissuras
Que ao tua loucura cansou aqui
Que sentimentos existem em ti ?
Eu só te dei amor !
E você escolheu partir
Matou à minha emoção
Sepultou dentro do meu peito
Tudo que era meu ora seu
Tudo que um dia sentir
Abriu mão da paixão
Desdenhou do amor que estava aqui
De salto alto pisou meu coração
Que dor eterna ainda dói aqui
Sangrei lágrimas no cobertor
Delas não ficaram manchas
Apenas na alma marcas que jamais esqueci
Hoje sou cristal trincado
Tenho rachaduras sem fim
Das tuas idas e voltas
Do teu destempero
Sei és ausência do que sentir
Pois quando chegava já queria partir
Um tapa na minha alma
Rasgando às minhas entranhas
Quando eu te amo de ti ouvi
Quem ama não machuca
Jamais vai embora de verdade
Ir fisicamente já é uma maldade
Do coração de quem ama verdadeiramente
Você nunca vai conseguir partir
É o abandono do amor !
O sepultamento da paixão !
É o desprezo dos sentimentos
À morte da emoção em mim
É ser morto vivo
Tendo dentro do peito um cristal trincado
Um fantasma do que um dia foi meu coração,
Como pode sorrir assim ?
Após cindir essa relação
Será só por maldade essa fissão ?
Tu és um ser vazio !
Carrega no peito uma enorme pedra
No lugar de um coração
És incapaz de sentir o calor do amor
Quiçá o fogo da paixão
Vitupera meus sentimentos
Viver contigo é pura ilusão
Sua vitrine é seu sorriso
Me sinto num carrossel de decepção
Sem matiz esse amor
Sob um céu opaco cinzento
Tento me despir dessa dor
Pois fragmentado ficou meu coração
Nem sei o que por ti sentir
Vejo o amor batendo asas ao partir
Me sinto um grande esquife
Enterrado na desilusão !
Ricardo do Lago Matos