Três e cinquenta
Três e cinquenta...
Marca o relógio que reinventa
O ponteiro que se alimenta
Do sono que tenta...
Do sono que tenta...
Três e cinquenta...
E a hora passa cada vez mais lenta
E a dor do mundo num segundo atenta
Pra ver se aumenta...
Pra ver se aumenta...
Três e cinquenta...
Tempo faz, mas não comenta
Silêncio que ao peito atormenta
Não sei se aguenta...
Não sei se aguenta...
Três e cinquenta...
E o sol não se apresenta
E a lua vem, sedenta
Bebe a noite e a água benta
Da santa lágrima que sustenta
Acomete, acorrenta
Sempre às três e cinquenta...