Teu castelo vazio

Um dia eu descobri que te amava!

Não sei porque nem sei como;

apenas sei que te amava!

Apenas sei... e nada mais!

Sei que no céu havia a tua estrela;

aquela que te dei, como se o céu me pertencesse!

Quando se ama tudo se transforma

e se torna simples;

tanto que pude me sentir dono do céu,

maior que o mundo... e te presenteei com uma estrela.

Fiz-te um mundo em poesia

e te fiz também uma canção!

Quis algo que te dissesse do meu amor,

de meu jeito diferente de te amar...

Tudo em mim parecia diferente

porque tu eras diferente de tudo!

Tu eras a diferença...

Não te bastou...

Nem a mim, para que eu me provasse, de qualquer jeito,

que valeria a pena te amar...

O céu se tornou diferente...

Talvez tua estrela, perdida no meio da noite, brilhasse tanto!

Ou eram meus olhos que brilhavam?

As notas de minha música povoavam meu silêncio;

e lentamente seu som preenchia o espaço ao meu redor.

Entretanto, eu estava infeliz!

Quis te encontrar em meus sonhos,

mas a realidade de meu medo me acordava a cada instante!

Eu quis te dizer tantas coisas em meu silêncio embargado,

mas diante da distância de teus olhares me calei...

E uma angústia infinita me sufocou o resto das palavras;

aquelas que eu jamais conseguiria dizer!

Por amor engrandeci tuas qualidades e virtudes,

apaguei cada defeito,

e te tornei a mais bela e querida das mulheres;

a mais amada dentre todas...

Eu te construí um castelo de sonhos,

tão grande quanto minha esperança:

com escadas e torres,

salões e jardins floridos,

fontes de águas eternas!

Fiz teu quarto na torre mais alta

e uma janela de frente para o infinito...

Depois de tudo pronto é que percebi, tristemente, estar só...

Vi que estavas distante...

E eu distante de encontrar em ti a felicidade sonhada!

Abri os olhos e chorei...

Minhas lágrimas cobriram o sonho ao meu redor,

inundaram o fosso em torno de teu castelo...

Por fim, estava isolado,

e só então ouvi a voz de minha própria consciência!

Era chamado de volta à vida...

Guardei, em tua torre, a maior parte da lembrança;

pus, na bagagem, uma parte da saudade, e parti,

deixando para trás o teu castelo vazio!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 17/10/2005
Reeditado em 18/10/2005
Código do texto: T60342