PÚRPURO HÁBITO

e te partindo ao meio

Às vistas, expor os átrios

E haurir tuas veias

Ignorar a púrpura

Mostrar teu oco

Diante de todos, teu vácuo

Franquear tua falta

Abnegar o opróbrio

Provar que de nada és composto

Que és d'uma pobreza incalculável

Que até o vazio deixou - te

Em face de tua miséria.

Que, se pulsas, é púrpuro hábito

E, pós escancarado, cimentar-me dentro.

Invadir teu hospedeiro

Atulhar - te de mim

Inundando, dele, o pensamento no inteiro.

A RITA
Enviado por A RITA em 01/04/2017
Reeditado em 27/10/2020
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