PÁSSARO FERIDO
Pássaro ferido
acuado , escondido,
o seu pio pia triste,
um piado dolorido.
No velho arvoredo se aninha,
no aguardo da noite fria,
suas frágeis asas estremecem ,
seu pequeno corpo arrepia.
Pássaro que já não canta,
preso está, a solidão,
ainda que o sol brilhe forte
só tem olhos pra escuridão.
Entre galhos e gravetos
do velho arvoredo ancião
um pio ,um piado triste
olhos voltados ao chão.
Pássaro ferido
acuado, escondido,
seu pio pia triste,
um piado dolorido.
Sob o velho arvoredo,
sobre folhas secas caídas
jaz um pequeno corpo,
alma adormecida em feridas.
SONIA BRUM