ODE AO AMOR

O sangue escorre pelo nariz

Desliza quente até o lábio frio

Dessabor

Cor de amor enferrujado

Pálido retrato

Toque gélido sobre as mão cruzadas

Visão etérea da morte de tudo

Na última noite,

um fio de luz em névoa imaginária

Só a flor continua

De tuas mãos roubada

Embrenhada noutro canto

Trará no corpo o pólen de ti

Nela será cheirado

comido, devorado

E repousará dentro de mim

Ode ao amor

Ódio, essa dor

Cinza dormência

Vazio

O fim.

AlineCs