Perdido ou problemas no meu GPS?
Nenhum, nem outro.
Eu estou no fora do mundo.
O agonizante lapso no abismo
que não para por um segundo.
E quantos há de fincar o pé
na terra tão profundo.
Eu ando, vivo, danço e me vejo num lá,
só não sei onde é.
Talvez num rincão remoto,
quiçá numa vereda morta,
ou ainda, num vale inexistente.
Pode ser em lugar qualquer,
margeando sábios em cima do muro,
equilibrando-se na linha intermitente,
de fina espessura entre o ‘não’ e o ‘é’.
Só espero, se chegar, não seja ausente
essa visão do mundo em constante rotação,
que me desloca e me expulsa do meio
donde tantos estão com a razão.