Onde está meu vale?
Já cri que, montanhas renasciam,
elas se foram como os passarinhos.
olhos lacrimejantes em penitencia,
a espera inútil, mas elas sumiram.
Hoje novamente querem me iludir,
na floração do vale que já agoniza,
sem peixe nunca mais a piracema,
na lama assassina perde sua vida.
Maldita toda lama a me confundir,
mata aniquila como lava de vulcão,
vejo pisoteada biosfera que sangra,
sob seu rastro de destruição a sede.
Já não sou o menino de olhos limpos,
nem minhas pernas podem navegar,
os passos perdidos atolados no barro,
contaminado pelo pó negro da serra.
A serra com suas entranhas abertas,
onde belos lobos Guarás se saciavam,
os vejo tristes enlameados e famintos,
seus uivos clamam o sacrifício final.
Toninho