Onde está meu vale?

Já cri que, montanhas renasciam,

elas se foram como os passarinhos.

olhos lacrimejantes em penitencia,

a espera inútil, mas elas sumiram.

Hoje novamente querem me iludir,

na floração do vale que já agoniza,

sem peixe nunca mais a piracema,

na lama assassina perde sua vida.

Maldita toda lama a me confundir,

mata aniquila como lava de vulcão,

vejo pisoteada biosfera que sangra,

sob seu rastro de destruição a sede.

Já não sou o menino de olhos limpos,

nem minhas pernas podem navegar,

os passos perdidos atolados no barro,

contaminado pelo pó negro da serra.

A serra com suas entranhas abertas,

onde belos lobos Guarás se saciavam,

os vejo tristes enlameados e famintos,

seus uivos clamam o sacrifício final.

Toninho

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 08/12/2015
Código do texto: T5474269
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