MALABARIS...


Contorciono  corpo no espírito da mente

Entre as traves percorridas na emoção

Jogando ao ar o sentir que presciente

 Ecoa zurzindo o inverno em pleno verão.

 

A farfalhar nos galhos da primavera ausente

Entre gravetos retorcidos do outonal coração

Vagidos do lodo barrento, o bailar displicente

Das múltiplas pétalas murchadas na ilusão.

 

Matizes tortuosos dum funâmbulo eloqüente

Equilibrando-se no fio que o prende a alusão

De ser o aroma que odora o amor que sente

Por ser semente replantada após a desilusão.

 

O torrencial aguadeiro que no ar é cristalino

 dilúvio que inunda o solo e faz água barrenta

Fluida da fonte salobra que na sede é desatino

da  poesia que sem rimas o versar acorrenta.

 

Sangrando a estrofe no logro do redemoinho

Que sopra na esperança da noite ora magenta

Escondendo brilho das estrelas no pergaminho

O poema escrito a malograr a seara turbulenta.

 

 Um versar sem cor e aroma as palhas dum ninho

Onde pairam nas mãos o que do Vento regurgita

Sentires que gritam como trinar do passarinho

ouvido ao longe negando saber  o que conflita...

 

Ser a procela na lua um ocaso ensolarado

A heresia da prece, dar a luz na estrebaria...

Fazer florir as pedras encanecidas no cerrado

Menos ser seu amor, pois tu, só amas a poesia!

 

 “A Poetisa dos Ventos”

Deth Haak

11/01/2007

SPVA-RN

AVSPE

Cônsul Poeta Del Mundo - RN

 

 Leitura recomendada: Foi á Vida...

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 29/06/2007
Reeditado em 29/06/2007
Código do texto: T545800