Coágulo I: Renascer-se.
 
Durma, amor,
pois já te ouço por sono;

Falaste por cima da grama
que enluta o físico e o leva
a caminho do náutico minério.

Não queixo-me por tê-la deixado, pois os meus poros esplandecem desse mesmo calafrio; se sou mórbida, dizem que quero morrer; estou farta de ditados; sudorese nas mãos e veias secas – varizes sujas como um apocalipse. Ela delimitou um bom futuro: “não confies mais em mim, pois precisarei criar cenários, e podes não pisar mais em chão...”. Lástima!
Junto à ela, e acima de seus pés, contradizemos a melodia; suas bochechas eram afãs de alguns governos e em cada sorriso, enrugava-se; ditava novas leis: “dividir os dentes com quilômetros de um novelo, lustrando os lábios em quantidades imundas de óleo!

-

Jaz a época!
Era uma fenda marginalizada.
Dediquei-me ao Diabo como um último juízo.

§

Durma, amor,
por loucos grãos em
teus pés areados pelo mar;

Manter cabeças a seguir
o horizonte – pra
conservá-la em pé nas minhas íris.

O meu delírio ousa continuar, como se do chão o seu ar se faz em névoa.

Ria, amor, afagando os dedos;
Os castos pêlos que não ousam
tocar-me são os teus.

-

Rodava então uma órbita maciça, onde acordo mastigando vinho doce; Risquei-me em letras; desejava o mundo por brasões infinitos.

Fecha-te, em meu pescoço esguio, amor;
Trancá-la-ei como diversidade sólida;

Voarás, cantarás como um pássaro
furando a nuvem que me sustenta
em penduricalho.
 
Lainni de Paula
Enviado por Lainni de Paula em 30/10/2015
Código do texto: T5431809
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