Quando surge o amor, O amor Desaparece
Quando surge o amor
O amor some
Quando desaparece
A paixão se eleva.
Quando a lua o romance
As marés se agitam
E os navios são sugados
E as ondas carregam.
Parte II
Quando o braço estender
As costas serão
Sua paisagem a pintar
Na tela de sua afeição.
Quando joelhos dobrarem
Em minha direção
Será sua aliança
Da tinta do quadro abandonado
E do pincel caído.
Quanto mais aconchego
Meu corpo desta lareira
Mais sua chama se apaga
Mais seu calor me renega.
Parte III
Quando como separados
Por um sono eterno
Ou a mera magia
De uma maldição.
Quando em seu sono ao sol descansar
E meu sono a lua, ao sereno
Separados pelo mundo dos sonhos
Quando uma bela ave em meu braço pousar
E eu, seu fiel lobo, a te proteger
Separados pela transformação.
A quebra da maldição
Nunca mais te amar.
Quando vejo teus lábios
Vermelhos, a respirar
Um beijo eu lhe dou
Mas já são frios
Não possuem mais vida
Nem são mais vermelhos.
Parte IV
É o mundo em que
Poderá amar somente
Quando não fores amado.
E serás amado perdidamente
Quando em fria amargura e indomável ressentimento
For tomado.
E não poderá amar
Até que a maré se acalme
Até que seja esquecido
Até que seja inundado
Pelas ondas geladas e aterradoras.
Quando surge o amor
O amor some
Quando desaparece
Nunca existiu.