Sapato de Verbos
A poesia que transcrevo nas linhas
Contínuas...
Seguem... Cegam!
Enganam a própria verdade
Da vida em caridade...
Ah... Como mentia a elucubração
Digna de ímpar conhecimento
Sentimento
Indigno de um viés de piedade
Por amar ou suportar
Tamanha atrocidade
Não!!!! Não era igual
Me fazia, acontecia
Entendia
Entediado
Amargurado
Preso ao lado
Do próprio âmago
Amargo
Carregado
De mentiras ou
Verdades insólitas
Desesperadas!
E eu? Oras...
Contava as horas
Orava
Escrevia orações
Da ciência que
A educação trouxe
Em palavras...
Em versos...
Em conversas...
E como provo a ti
O sabor que provei
A dor que vivi!
Em desuso, combino palavras
Sonho com a alegria
Vivo a tristeza em mim
Escondido!
Encardido!
Fujo de minhas missões
Habito imensas mansões
Coração dividido em milhões
[De reais, que não me valiam nada]
Fisiologia guardada, presa
Nos caninos, os restos das presas
Do sofrimento que engoliu as pressas
E na poesia, gritava minha alma
A dor de ver a incongruência
Estampada em rostos
Rotos...
Mas sei que o inferno terá fim
Ou não habitarei nunca em mim
Perdido nos dias assim
Onde a chuva não consola
Não serve sequer de esmola
Para o sustento da escola
Que transcorria entre verbetes
Daquele que não fez o bilhete
De despedida do banquete
Então, boa gente de fé
Te escrevo, escravo dos pés
Contritos em sapatos