ENTENDIDO PERDIDO
Nos passos perdidos
Os idos vêm e vão
E o entendido
na multidão
Habita a imaginação
Do subentendido
Produto das horas,
Das dores e dos foras,
Do mistério desabrido
Que a vida é,
A fumaça da chaminé
O caminho a pé
O beijo da mulher
Que de amada
Percorre a madrugada
As vielas, os becos
As encruzilhadas
Com ecos
do gosto e perfume,
No gole de sabe-se qual
Copo
O topo
O cume
O sol desaguando embriaga
Na luz dos costumes
os passos perdidos
Se acham,
E pelo entendido eles passam
Enquanto se vai
No vão.