Maldita LOUCURA Desvairada!

Estou indo, mesmo sem saber para onde vou, sigo andando.

Não posso parar.

Embora que tenho que tomar doses e mais doses de cuidado:

O trambolhão dos trens,

Com montões de latas,

Parafusos, engates, vagões, porcas, arruelas, faróis, graxa, e...;

Peso insuportável que faz ruir qualquer leva de gigantes,

Pode cruzar comigo.

Sonhos, projetos de vida, planos perfeitos,

Devaneios e loucura são como trens: enormes.

Locomovem-se sem freio.

Viram. Tombam. Descarrilam.

A procissão se aproxima.

Vem ao meu encontro,

Ou vou ao encontro dela?

Sabe-se que o mundo gira,

exceto a definição exata de para que lado.

Daí a dúvida de quem vai em direção de quem!

Prefiro não pensar nas questões da ciência.

Por outro lado, existo;

Então, penso.

Néscio de razão,

Penso o sim,

Mas se foi tese defendida por Maniqueu,

Pensão o não.

No uso de suas atribuições legais,

A precisa consciência, não precisa,

da imprecisa, ciência.

Aliás, além de manipuladora,

A ciência age como uma mola propulsora, corrompendo as consciências.

Que um dia vindouro, a ciência tome ciência,

De que a consciência esta acima da ciência;

pois agir consciente é a ciência do exercício de cidadania, moralidade e ética.

Multidão sem fim.

Para não seguir sozinho,

Enfio-me no meio.

Louvam o divino;

O sagrado deveria ser sacramentado e pela humanidade,

Consagrado.

Compreender os feitos de Deus e da Natureza é mais simples que as obras do homem. Contudo, mais complexo que as próprias obras instituídas pelos Criador na Terra. Apenas louvo!

A menina Mariana, divagava sua solidão pensando que dentre as coisas complexas e quase impossível de se compreender, está a existência de Deus. Talvez buscando atingir o ápice da simplicidade e humildade, Mariana consiga quem sabe, transpirar o nirvana. Boa sorte, Mariana!

Em virtude desta incessante busca, atualmente, humildade e simplicidade são atributos de alguns poucos e incomodam. Estarrecem a multidão envolta na penúria da solidão!

Homens fortes carregando o andor,

Velas acesas escorrendo,

Mãos que queimam.

Penitência andante,

Vozes que celebram,

Sapatos que derrapam ladeira abaixo.

Berros que ecoam aliviando a dor:

“Ei, cadê todo mundo”?

Um segundo de atraso;

Fico para trás.

Fui dispensado.

Todavia, continuo minha penitência.

Cada um que carregue a sua cruz.

Vida que segue,

Moinhos que trituram,

Sol desértico que dilacera,

Tsunami que enlaça,

Inteligências que não se alinham,

Néctar que finda,

Perpetuando a miséria...

Sigo. Também vou.

Ventos cessam.

Agora, sapatos estacionam.

Sol se esconde.

Pássaros, aves e animais se recolhem.

Paro. Por que parei?

Tudo pode parar, exceto...

Tenho um longo caminho pela frente.

Tento seguir,

Cedo demais para quem não dorme.

Tudo desaparece.

As esquinas são feitas por confluências de ruas em que cada ser,

Caminhando lado a lado,

Desconhecem-se, porque o livre-arbítrio confere ao homem,

A liberdade de transitar por ruas esquecidas e não vistas pela mesma esquina.

Nos logradouros da sorte, o mapa-mundi ordena, impõe que cada homem ande em uma rua.

O cruzamento de dois ou mais homens, pode ser perigoso;

Sinalizar o fim da caminhada,

De um, dois ou de todos os homens precocemente!

Rei, Faraó e poder?

Minha cabeça é pequena demais para usar coroa,

Sem nenhuma vocação para múmia.

Embora que se pudesse perscrutar suas emoções e sentimentos,

Apalpar os vossos corações,

Aprender com eles o que não sei,

Talvez quisesse ser um deles,

Porque os ser dois,

É excessiva ganância para um homem simples.

Uma das virtudes do homem em todos os tempos,

É reconhecer e admirar as diferenças e delas, torná-las iguais.

Depois desta breve parada para descansar:

Segui. Caminhei.

Longe, mas muito longe,

O palhaço e os seus malabares.

Aproximo.

Ambos: eu e ele não estamos mais a sós.

Atire a primeira pedra,

O sábio que não foi,

Pelo menos um segundo,

Palhaço de si próprio.

Isso quando não é palhaço de uma multidão;

Tal qual à que juntei-me no início da viagem.

Esta é a fala de um Bobo-Palhaço :

Nas cortes, onde há um ou mais Bobos, o rei pode morrer de dar risadas, mas de tristeza, melancolia e depressão, jamais. Exatamente porque os Bobos foram criados para fazer os reis, embora sem coroa, sorrirem. E a máxima dos Bobos para angariar as gargalhadas dos reis é: “acorde e sorria para a vida majestade, o Bobo aqui sou eu!! Vivo para fazer sorrir, quem todos os dias, sob rios de gargalhadas me faz chorar mananciais de lágrimas!”

Toda vez que abro o compasso,

O mundo move-se do lugar.

Treme. Balança.

Com isto, abrem-se caminhos;

Eu passo.

Esquerda ou direita?

Para frente ou para trás?

Para onde sigo?

Por favor, esclareça-me!

Difícil missão de ser quem sou;

Ou que gostaria de ser.

Assim sigo tangido pela crença,

Pela sociedade,

Pelo futebol,

Pelo folia do carnaval,

Pelas datas comemorativas,

Pela massa atropelada,

Pelos meus valores;

E sabe-se lá mais quem!

Caso saiba,

Encarecidamente, diga-me quem sou;

Para onde estou indo!

Não seja você mais um covarde,

que nessa viagem do adeus,

audaciosamente e sem pedir licença,

A invadir minhas inspirações,

Enganos, planos selvagens e direções.

De tanto indagar,

Descobri que desde que nasci,

À muitos anos atrás,

Que o relógio biológico,

Com seus dois ponteiros só e tão somente,

Marcando os inúmeros e escassos segundos de meu ciclo vital,

É ferrenho, inexorável, ferino, implacável!

Antes que os sinos badalem meia noite,

Que a última gota de água evapore dos mares e oceanos,

Que o sol exploda devido às altas temperaturas,

Acordando os gigantes adormecidos dos vulcões,

Antes que tudo se queime, se incinere,

Se transforme em chamas,

Pó e chegue ao fim:

Vamos, por favor, diga!

Estou nervoso. Irritado.

Furioso, embrutecido, sôfrego, maquinado.

Pensas que esqueci?

Não esqueci não: Vai, diga logo!

Não deixe que o meu berro insano faça reverberar em todo o mundo,

A resposta que todos negam,

Ignoram, recusam e jamais querem saber e ouvir.

Somos todos iguais diante da merda nossa de cada dia que deixamos no banheiro. Podem elas ser mais ou menos fedidas, mas é o reflexo de nossa miséria e ego. Louvemos!

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 05/04/2015
Reeditado em 19/04/2015
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