O JOGO

(Por Aglaure Martins)

De novo nada trago

nem um trago a mais

nem um traço mal trançado,

nada de novo,

nem voo novo nem passo a passarinhar,

há um grito na gaiola

preso canto d' sabiá.

Soberbo desejo que não se cala,

fio que só enforca

feito foice que o fio amola

fere como navalha

fantasma que ignora

o feitiço q' faz amar.

É cedo? Passa a bola,

joga o jogo de azar,

já não da pra esperar

que se desmanche a mandinga,

pegue a faca raspe a tinta,

redesenhe o verbo voar.

Repasse de novo a bola

devolva o fio ferino

apague o tal destino

abra as asas pra voar.

O espelho cristaliza

a imagem da retina,

solta o canto sabiá.

De novo novo caminho,

laço solto, novo salto,

traço que traça o passo

no passo do passarinho,

relance a bola, refaça o ninho

o instante é agora

passarinha passarinho.

.

JP26122014

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 26/12/2014
Reeditado em 26/12/2014
Código do texto: T5081559
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