A MINHA MORADA É NO CEMITÉRIO

A minha morada é no cemitério,

É lá onde quero mesmo viver,

Mesmo que te custe, este critério,

Lá nunca mais vou mesmo sofrer.

Lá no Universo, no mundo etéreo,

Onde posso mesmo a sério, conviver,

Porém, digo mesmo muito sério...

Não me interessa mais sobreviver.

É outro mundo mais perfeito,

Que não existe muita maldade,

Onde já devo ter sido eleito,

Numa outra grande felicidade.

Muito longe deste Mundo hediondo,

Que não interessa mesmo a ninguém,

Se este Mundo é mesmo redondo....

Cheio de hipocrisia e de maldade também.

Não estou cá a fazer mesmo nada,

Só como e durmo. assim é o dia,

Sou um'alma muito desenganada,

Que lhe está a faltar muita alegria.

Sou reformado infelizmente,

Pra ser gozado e muito mais,

Sou ser humano e também gente...

Tenho sonhos e muitos ideais.

Deixem-me sonhar em paz e sossego,

Numa cambraia do medo simplório,

Mas ás vezes, só mesmo me entrego,

Nas profundezas do meu reportório.

ANTÓNIO MEIRELES COSTA

SEXTA, 28 DE NOVEMBRO DE 2014

TÓLU
Enviado por TÓLU em 28/11/2014
Reeditado em 27/06/2015
Código do texto: T5051439
Classificação de conteúdo: seguro