ENCONTRO
Dá-me um aperto de mão
daqueles sem força,
só o toque
sem graça
sem vida,
a mão sem sorriso
a enganação
intérprete amiga
e passa o tempo
passa o copo...
A palavra presa
na boca,
o riso enxuto
nos lábios
que deles rira
a boa vontade
quando da piada
o beijo reproduz
e vão chegando
seus braços abertos,
seu sorriso beijando
o rosto, abraçando
apertando, apartando
de mim deles
o cafuné, a boa vontade
de toda idade,
do passageiro
ao passivo
e tudo doravante
esteja lentamente
pusilânime
ausente,
o peso do momento
eterno
cai nas entranhas
estripa
a mente
o corpo
e o coração.
A alma vive
pra compartilhar
esta desesperança.