PROTESTO
PROTESTO
Estupefato pela desfaçatez
Reprimido pela ignorância
Cativo da insegurança
Sinto-me como a bola da vez
Nesta terra de talvez
Que nunca chega a maioridade
Que imerge na emergência
Nas filas da urgência
Sem porvir no por vir
Sem educação, sem ensino
Fruto do desatino
De alguns
Com a permissão de muitos
Que são cúmplices
Do desvario que inunda
E abunda
A pátria do futebol
Das novelas
Dos BBB's
Dos partidos
Dos bandidos
Dos apartados
Pobre coitados
Dos alienados
Que enchem as ruas
Com seus protestos inúteis
Alavancados pelos fúteis
Que acovardados
Sufragam nomes nas urnas
E vão-se embora
Com a certeza do dever cumprido
E o resto não é comigo
Danem-se todos e tudo
Salve-se quem puder