MARCAS DO QUE SE FOI - Poesia nº6 do meu segundo livro "Internamente exposto"
Na pele tatuada destas
Experiências sombrias,
Vejo ali nas formas irreais
D’um tempo que já morto,
As quais lembram o que
Eu fui e sou nestes dias,
Meu passado penado,
Deitado e sem conforto!
Foi a obra inacabada de
Uma sentença fria, impura,
Que até hoje a minha alma
Busca-se na cura, nem livra,
Das dentadas fortes, doídas,
Desta metamórfica loucura,
Mesmo antes do pecado
Que a morte vã me priva!
Há! Se foi lindo eu não sei...,
...Porque eu nada tenho mais;
O que agora aqui se reveste,
É o que por dentro se parece;
É como se eu fosse o corpo
Avesso, nos atos sepulcrais!
Por fora, a pele que me deste
Ó vida, é túnica que espairece!
Sou gotas de um veneno lento
Embebido nas solidões finais,
Em um repouso peçonhento,
Do meu destino - que falece!