DESILUSÃO
Eu te esperei em mil manhãs formosas,
Quando o sol põe auréolas luminosas
Nas pequeninas flores em botão;
Eu te esperei sorrindo com alegria,
Na certeza que o dia chegaria
De poder apertar-te ao coração;
Eu te esperei sem magoas, sem tristezas,
Sem sentir o amargor das incertezas,
Sem sentir uma sombra no olhar;
Eu te esperei confiante, antecipando
A imensa alegria que esperando,
Julguei que sentiria ao te encontrar
Mas um dia, na curva de uma estrada,
Deparei uma alma aniquilada,
Em ruinas um pobre coração;
Eras tu sucumbido ao teu desgosto,
Trazendo a morte escrita no teu rosto,
Já com gestos de adeus na fria mão.
Eu que te quis trazendo-me mimosas
Prendas de amor, com frases carinhosas,
Para encher de ilusões nosso retiro,
De ti não tive rosas e açucenas,
E ao te encontrar, cheguei com tempo apenas,
De recolher seu último suspiro.