Privilégio
Dizem que longevidade
É privilégio
Aumenta idade e experiência
Na próxima encarnação
Isso não quero
Nesta ganhei com isso
Pele desbotada
Dentes amarelos
Cabelos branquíssimos
E a conta
No vermelho
Meu fosco olhar
Acinzentado
Nisso divaga
E me pergunta:
Nessa colheita
E privilégio,
O que se lucra
Além das rugas?
P.S. Este poema é uma homenagem ao Sr. Demétrio*, um de nossos entrevistados do projeto de pesquisa: O idoso como comunidade discursiva: o imaginário e o texto do Estatuto Obs:Demétrio é peseudônimo para preservar a identidade de nosso entrevistado.