VERDADE
Se é a verdade que eu quero,
Que a verdade à mim venha,
Flutuante pena, pesada lenha,
Aragem leve ou vento austero.
Se a verdade que eu espero,
Que obstáculo algum a detenha,
E derrube os altas torres da Penha,
E dentro delas aquilo o que eu venero.
Que a verdade supere toda a mentira,
E traga a decência que a covardia retira,
Na profundeza da alma avara que a faz.
Que a verdade se vista natural e sublime,
Que devaste o ser e depois reanime,
Pois há nada melhor do que viver em paz.