Será que eu mereço?

Meu sapo de cerâmica me olha sem sentimento,

do mesmo modo de sempre.

Meu barquinho na garrafa parece navegar a cada momento,

e a imagem de Maria me dá uma fé mais temente.

O vento que balança a persiana vertical...

O frio q eu gosto tanto

na cidade dos 40°...

Onde tudo tornou-se tão banal,

até mesmo a temperatura anormal.

Ironia...

E pensar que hoje em dia

tudo o que eu queria

não era Paz,

não era Vida,

não era paixão Desmedida.

Tive tudo o que eu quis,

não parei pra agradecer.

E de tudo o que eu fiz,

quase acabei de esquecer.

Só queria escrever um poema.